segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

...Mamãe! Seria um anjo?

...A campanhia tocou, avisando que era hora do recreio; os alunos saíram para fanfarear; era hora das conversas, dos risos, das brincadeiras, das fofocas, das implicâncias, flêrtes, principalmente do lanche. Alguns mais afoitos íam para as janelas mexerem com os transeuntes e do 4º ao 1º andar, voavam papéis amassados, pedaços de giz e outras coisas, tudo isso num pequeno espaço de tempo e sem que o corpo docente percebesse. Adolescentes!
Em meio a todo esse movimento, a garota chega à janela e observa o alvo de todo àquele alvoroço. Um homem alto, bastante magro, roupas surradas e com aparência de que havia bebido, cambaleava, apoiando-se na parte baixa do muro da Fonte do Ribeirão, tentando descer as escadas, onde o brilho refrescante da água corria entre as pedras portuguesas. Os impensados adolescente, gritavam; olha o bêbado! e lhes atiravam os papéis amassados e outras coisas que tinham nas mãos. Sentimentos de dor, raiva, indignação, pena por aquele homem, envolveram a garota, fazendo com que descesse correndo as escadas, não se importando com o porteiro, que por sua vez, tentou barrar-lhe a saída. Antes de curvar-se ao homem, gritou! Parem! Parem! Seus olhos lacrimejavam pela turbulência de suas emoções e todos pararam. Com delicadeza, tomou o homem pelas mãos e viu que estava ferido, braços , cotovelos, joelhos, olhos profundos; que falavam de fome, semblante caído; que lía-se aflição, voz mansa; que expressava calma.
A fonte bem perto, gentilmente se oferecendo para saciar o sedento.
A jovem pegou um dos papéis-pedra, e fê-lo um copo.Que transformação! O objeto que havia sido usado para ferir, agora transportava o precioso líquido que saciaria o sedento.
O que faço agora? Pensou! Palavras de sua mãe vieram-lhe à memória: " Devemos ser acolhedores, porque fazendo assim, poderemos estar acolhendo anjos de Deus."
Munida com esse pensamento; levou seu convidado para casa; sua mãe sorrindo, veio ao encontro; ofereceu banho, roupas limpas, curativos e sentaram para almoçar ouvindo com interesse a história, e que história! Depois, despediram-no com farnel e alguns trocados.
Abraçada a mãe, viu o homem desaparecer... Em silêncio, as duas entreolharam-se com cumplicidade, a garota perguntou: Mamãe!Seria um anjo?...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...Um dia Ele vai me contar.

...O sol estava a pino, a garota caminhava com dificuldade e persistência entre matos, capins, solo encharcado, perigo debaixo dos pés, e se um bicho aparecer?... uau!...
Diante dela uma linda paisagem surgiu; um pântano repleto de aves, cada uma mais linda que a outra; e aquela pequena lá? parece um galo de campina! meu Deus! como é lindo! A natureza se exibia numa roupagem coloridade e várias tonalidades de verdes.
A garota ergueu os olhos para o céu e o seu pensamento lhe perguntou: quem criou esta
natureza tão linda?... Sua boca respondeu extasiada: só pode ter sido Deus. No secreto dos seus pensamentos, perguntou prá Deus, e quem te fez?... O silêncio acompanhado do vento que varria seu rosto juvenil a fez sorrir e pensou: um dia Ele vai me contar...