segunda-feira, 2 de março de 2009

...O milagre estende os braços...


... O sol brilhante cheio de vida e que distribui vida, parecia nesse episódio, um odioso inimigo, impiedoso e causticante. O solo de cimento aumentava ainda mais o calor. Lá estava a pequena criatura e o seu filhote recém saído do ovo, tentando sobreviver à sombra de um generoso capim limão recém plantado, ambos imóveis a espera de um milagre.
Na noite anterior, uma tempestade implacável derrubara seu frágil ninho. Os braços da morte acolhera um dos filhotes, que agora jazia no chão ao lado da mãe persistente. O filho sobrevivente... A esperança... A mão que a segurava alí. Que exemplo magnífico! Tão pequena! Com um amor tão grande!
...O milagre estende os braços e pelas mãos que o criador fizera, toma o pequeno ninho com carinho e coloca em uma pequena caixa. Uma dúvida! Será que a pequenina criatura entenderá?... Entendeu! A linguagem do amor se fez ouvir no silêncio da ação generosa, e a pequenina criatura a ouviu. De longe, olhos e vozes atentos, testemunhavam o desenrolar dos acontecimentos. Pai e mãe se revezavam no cuidado com seu sobrevivente. Poucos dias se passaram à vista dos olhos esperançosos. Numa tarde, que surpresa! Que alegria! A pequenina criatura, sob a supervisão dos pais fizera seu primeiro vôo. Fantástico! A pequenina rolinha e o seu filhote voaram.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

...Mamãe! Seria um anjo?

...A campanhia tocou, avisando que era hora do recreio; os alunos saíram para fanfarear; era hora das conversas, dos risos, das brincadeiras, das fofocas, das implicâncias, flêrtes, principalmente do lanche. Alguns mais afoitos íam para as janelas mexerem com os transeuntes e do 4º ao 1º andar, voavam papéis amassados, pedaços de giz e outras coisas, tudo isso num pequeno espaço de tempo e sem que o corpo docente percebesse. Adolescentes!
Em meio a todo esse movimento, a garota chega à janela e observa o alvo de todo àquele alvoroço. Um homem alto, bastante magro, roupas surradas e com aparência de que havia bebido, cambaleava, apoiando-se na parte baixa do muro da Fonte do Ribeirão, tentando descer as escadas, onde o brilho refrescante da água corria entre as pedras portuguesas. Os impensados adolescente, gritavam; olha o bêbado! e lhes atiravam os papéis amassados e outras coisas que tinham nas mãos. Sentimentos de dor, raiva, indignação, pena por aquele homem, envolveram a garota, fazendo com que descesse correndo as escadas, não se importando com o porteiro, que por sua vez, tentou barrar-lhe a saída. Antes de curvar-se ao homem, gritou! Parem! Parem! Seus olhos lacrimejavam pela turbulência de suas emoções e todos pararam. Com delicadeza, tomou o homem pelas mãos e viu que estava ferido, braços , cotovelos, joelhos, olhos profundos; que falavam de fome, semblante caído; que lía-se aflição, voz mansa; que expressava calma.
A fonte bem perto, gentilmente se oferecendo para saciar o sedento.
A jovem pegou um dos papéis-pedra, e fê-lo um copo.Que transformação! O objeto que havia sido usado para ferir, agora transportava o precioso líquido que saciaria o sedento.
O que faço agora? Pensou! Palavras de sua mãe vieram-lhe à memória: " Devemos ser acolhedores, porque fazendo assim, poderemos estar acolhendo anjos de Deus."
Munida com esse pensamento; levou seu convidado para casa; sua mãe sorrindo, veio ao encontro; ofereceu banho, roupas limpas, curativos e sentaram para almoçar ouvindo com interesse a história, e que história! Depois, despediram-no com farnel e alguns trocados.
Abraçada a mãe, viu o homem desaparecer... Em silêncio, as duas entreolharam-se com cumplicidade, a garota perguntou: Mamãe!Seria um anjo?...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...Um dia Ele vai me contar.

...O sol estava a pino, a garota caminhava com dificuldade e persistência entre matos, capins, solo encharcado, perigo debaixo dos pés, e se um bicho aparecer?... uau!...
Diante dela uma linda paisagem surgiu; um pântano repleto de aves, cada uma mais linda que a outra; e aquela pequena lá? parece um galo de campina! meu Deus! como é lindo! A natureza se exibia numa roupagem coloridade e várias tonalidades de verdes.
A garota ergueu os olhos para o céu e o seu pensamento lhe perguntou: quem criou esta
natureza tão linda?... Sua boca respondeu extasiada: só pode ter sido Deus. No secreto dos seus pensamentos, perguntou prá Deus, e quem te fez?... O silêncio acompanhado do vento que varria seu rosto juvenil a fez sorrir e pensou: um dia Ele vai me contar...